MENSAGEM DO DIRECTOR GERAL

O ano 2020 ficará marcado como o ano de reinvenção das nossas instituições, por conta da pandemia do Covid-19. Quando tudo indicava que se teria um ano académico normal (entre os meses de Janeiro e Finais de Fevereiro), eis que 2020 não se introduziu com leveza. No primeiro trimestre registam-se os primeiros casos confirmados do Covid-19 em Moçambique. Um vírus com um alto potencial de transmissão. Os seus efeitos trouxeram consigo uma crise sanitária e de saúde pública mundial sem precedentes. Num panorama geral, o Covid-19 ocorre num contexto da crise económica mundial com a queda da economia global em 3% (sendo 7,1% da Europa, 1.2% da China, e 5.9% dos EUA) e num momento em que o preço de barril de petróleo registava uma queda acentuada pela sua incapacidade de armazenagem uma vez que os cortes de produção não conseguiram resolver o excesso de oferta. Também ocorreu num momento histórico no sector automóvel já que a “Daimler” e a “Volvo” anunciaram uma parceria para o fabrico de baterias de hidrogénio, como alternativa aos combustíveis fósseis. Igualmente tem trazido reflexos consideráveis na destruição da capacidade produtiva, na promoção do desemprego e de falências, na queda do rendimento das famílias e na falta de confiança por causa da incerteza e do confinamento; aumento do endividamento, aumento de aumento das taxas de juro; aumento de crédito mal parado e de aumento de impostos. Embora as atenções desafiantes se imponham aos sistemas de saúde, claramente pode-se considerar que o sistema de educação também é directamente afectado, com enfâse para o subsistema de ensino superior que se confrontou com as desigualdades e fragilidades do nosso sistema educacional. Os dados da UNESCO (2020) apontaram que cerca de 1,4 mil milhões de estudantes ficaram em casa porque as universidades fecharam e os seus campus, passaram a proporcionar o estudo “online”. Nesse contexto, estudantes e professores assumiram uma nova postura de aprender e de ensinar em situação nova e imediata, procurando encontrar sistematicamente a qualidade exigida pelo próprio processo com o uso das Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs) em decorrência de diversas medidas que foram adoptadas para o convívio social, tendo o isolamento como aparentemente mais promissora. Nesse âmbito, a Escola Superior de Economia e Gestão (ESEG) em cumprimento do Decreto Presidencial suspendeu parcialmente as suas actividades administrativas presenciais e as respectivas aulas presenciais. A suspensão apresentou-se como alternativa ao trabalho administrativo em “home office” e para a leccionação o uso de plataformas digitais. Neste último caso, uma novidade de uso forçado para os estudantes e docentes considerando o contexto presencial outrora usado tradicionalmente. Mas, não havia (e nem existe) outra alternativa e conformismo se não ter que nos adaptar à nova dinâmica socialmente universal. De conviver com o “novo normal”. É o que nós, aqui na ESEG apostamos em fazer, sendo, no entanto, múltiplas as variáveis que lidamos numa situação adversa como esta. Além das condições mínimas exigidas para a retoma das aulas, numa introspecção organizacional e funcional, tomamos (e continuamos a desenvolver) uma série de medidas que permitem flexibilizar o nosso trabalho e democratizar cada vez mais o conhecimento que produzimos. Criamos a nossa Revista Científica “Diogo Guilande”, em homenagem infinita ao nosso Patrono, da qual esperamos flexibilizar a disseminação dos resultados da nossa investigação científica. Também requalificamos esta nossa Página Web para melhor transmitirmos o que fazemos no âmbito da revisão curricular; estamos a criar novos cursos de graduação e pós-graduação; realizamos capacitações aos docentes e ao nosso pessoal técnico e administrativo; redefinimos as nossas linhas de investigação científica; impulsionamos a promoção da pesquisa aplicada; sistematizamos a projecção de expansão e diversificação de actividades de extensão universitária; iniciamos a requalificação das nossas infra-estruturas e estamos a passos largos na consolidação da nossa internacionalização institucional, através de varias parcerias em vista que irão dinamizar a mobilidade académica dos nossos estudantes, docentes e investigadores. Enfim estamos a realizar uma diversidade de acções que só nos proporcionarão maior estabilidade funcional no actual mercado do ensino superior em Moçambique e no plano internacional. São lições da pandemia que ainda se encontram em processo de construção. A nossa ESEG encontrou alternativas de retomada sem as aglomerações usuais num ambiente universitário. Todos nós precisamos de mudar nossas práticas de atendimento, diversificando e diferenciando-as mesmo que distante dos nossos servidores. Reinventar, usar as redes sociais, unir esforços e compartilhar, são palavras de ordem que precisam de ser firmadas todos os dias na nossa casa com enfoque na busca de superação. Será assim em todos as nossas extensões de Pemba e Chimoio (províncias de Cabo Delgado e Manica, respectivamente). Continuaremos de “pedra em cal”, fazendo jus ao que juramos defender à luz da nossa “Missão”, “Valores” e “Princípios”. Como ESEG, resistiremos e nos adaptaremos ao novo cenário vital!

Prof. Doutor Jochua Abrão Baloi, Director Geral